Caminhar pela vida, correr do cigarro – parte 1.

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Tabaco e as Corridas – Parte 1: Introdução

As pessoas que realizam caminhadas ou corridas regulares têm efeitos imediatos no seu estado de humor.

Este fato tem sido documentado na literatura médica, através de estudos que relacionam a capacidade física a testes psicométricos.

Esta informação é muito importante para a pessoa que pensa em deixar de fumar, mas teme em ficar deprimida.

Há evidência clínica que o comportamento das pessoas que correm são menos propensas a ter episódios de depressão, ansiedade e hipocondria.

Em geral, as caminhadas e as corridas provocam um aumento progressivo da auto-estima, do bem estar físico e mental e, por conseqüência da forma de encarar os problemas da vida.

Isto tem a ver com a direção que daremos à nossa vida. E, claro que se relaciona com as escolhas e as decisões que tomamos.

No caso do cigarro, a ambivalência (querer deixar versus seguir fumando) tão presente no fumante, a qual leva a que permaneça em uma situação de conflito permanente, pois 80% sabem dos riscos de continuar fumando, todavia nem sempre alcançam os benefícios futuros da parada.

O desafio de superar esta ambivalência, sem dúvida, pode começar através da mobilização do indivíduo por uma melhor qualidade de vida.

Fumar é incompatível com este sentido dado à existência, mais cedo ou mais tarde a chance de ocorrer um evento agudo, p. ex., infarto ou derrame cerebral ou crônico (enfisema e doença isquêmica coronariana), é grande.

E quando falamos em qualidade de vida pensamos de imediato em alimentação equilibrada, boa higiene do sono, redução da carga de trabalho e do estresse e, acima de tudo, um melhor condicionamento físico e mental, dentre outros fatores.

E onde podemos buscar este equilíbrio tão necessário a um melhor funcionamento do nosso organismo?
Certamente, a prática de exercícios físicos regulares permitirá alcançar este equilíbrio, integrando-se às demais medidas necessárias a uma real mudança do estilo de vida.

Caminhar e correr auxilia nesse sentido, pois durante o exercício é liberado um hormônio chamado endorfina que causa bem-estar nas pessoas, fazendo com que a dependência da nicotina diminua.

O tempo de recuperação do fôlego é individual, mas o importante é não deixar de fazer exercícios.

A circulação então melhora consideravelmente, mantendo limpos os canais do corpo das impurezas que podem se acumular em decorrências de uma vida sedentária, potencializada por uma alimentação desequilibrada.

As pessoas que correm estampam uma expressão facial de felicidade. Os músculos contraem-se e relaxam em harmonia.

A sensação de felicidade dos corredores irradia e contagia a quem encontram nas calçadas.

Em nossa prática clínica temos exemplos de fumantes que tinham uma vida completamente sedentária e que já durante o tratamento para deixar de fumar, iniciaram conforme nossa recomendação, pequenas caminhadas, entre 20-40 minutos, três vezes por semana.

Os relatos são impressionantes, alguns se tornaram maratonistas e, nunca haviam corrido, a não ser para pegar uma condução, quase sempre com pouco fôlego, pelo excesso de monóxido de carbono que tinham no sangue.

Assim, já durante o tratamento para deixar de fumar, aliado às outras medidas terapêuticas para aumentar a motivação e minimizar os sintomas da abstinência é sumamente importante que a pessoa fumante pratique exercícios, começando com uma simples caminhada.

Afinal, quando se busca livrar-se de uma dependência tão arraigada como o tabagismo, caminhar ou correr não é um sacrifício, pelo contrário, é algo prazeroso e necessário para o fumante recuperar as forças e a alegria no viver.

AjAraújo, o poeta e médico humanista, texto escrito sobre a importância das corridas para ajudar o fumante a deixar o cigarro, em agosto de 2007.

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