Entre o tudo e o nada

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Não sou nada,
Na verdade,
Nem nada fui.

Não sei tudo,
Na verdade,
Nem tudo soube.

Não fui tudo,
Na verdade,
Nem tudo sou.

Não soube nada,
Na verdade,
Nem nada sei.

Não ficou nada,
Na verdade,
Nem nada restou.

Não tocou tudo,
Na verdade,
Nem tudo sentiu.

Não sentiu nada,
Na verdade,
Nem lhe tocou nada.

Não restou o tudo,
Na verdade,
Nem ficou em tudo.

AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 28-dez-15.

Arte: Vladimir Kush, surreal painter.

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