É a hora mais dramática
– única certeza na vida –
Mas, nem por isso pensada
Na curta trajetóriaNa cultura oriental
Um momento de contemplação
Na cultura ocidental
Um instante de completa emoção
O mistério do viver
Se inicia no prefácio
O epílogo no perecer
Se completa no epitáfio
O modo intenso de vida moderna
Não combina com a ideia de morte
Tecnologias prolongam a expectativa
De viver, em meio à luta contra o limite
Qual será o sentido da existência
Nesta curta passagem na escola terrena?
Afinal, o que nos leva a tanta acumulação
De bens materiais na espiral de especulação?
Diante da perspectiva da morte
Pouco adianta jogar os dados
Cartas, tarô, búzios,
Ou culpar o destino, azar ou sorte?
Na verdade, se nasce perecendo
No relógio – tempo de uma contagem regressiva
E os segundos, minutos, horas vão passando
Sem perceber o real significado da existência…
Nascer, viver e perecer
São infinitivos de verbos
Consagrados de Tebas a Biblos
Na história de lenta evolução espiritual do ser…
AjAraújo, o poeta humanista, aborda o tema da morte (transição), escrito em 16/10/09.