Somos eternos transeuntes,
estranhos no próprio chão,
o mesmo aroma que brota aqui,
na certa perfumará acolá.Mas, fala-se de alternativas
sonha-se em tanto melhorar
e o desnível segue patente
a demonstrar a nova roupagemDa escravatura humana,
de faraós a imperadores,
de senhores feudais a ditadores,
sinistra permanece através dos tempos.Aqui, calma cidadela serrana
em frente à praça da matriz
andarilhos, bêbados,
estudantes, negociantesno espaço aberto,
calçadas estreitas
e o coração fechado
e impiedoso cerra os olhos
estranhos no próprio chão,
o mesmo aroma que brota aqui,
na certa perfumará acolá.Mas, fala-se de alternativas
sonha-se em tanto melhorar
e o desnível segue patente
a demonstrar a nova roupagemDa escravatura humana,
de faraós a imperadores,
de senhores feudais a ditadores,
sinistra permanece através dos tempos.Aqui, calma cidadela serrana
em frente à praça da matriz
andarilhos, bêbados,
estudantes, negociantesno espaço aberto,
calçadas estreitas
e o coração fechado
e impiedoso cerra os olhos
Um homem chorava, motivo terá,
mas, de súbito fica rígido
estremece em crise convulsiva
e não brota mais gota da fonte
Cenas bizarras em meio aos turistas
preocupados em registrar o belo,
chocante esta indiferença coletiva
o guarda expulsando da via pública
No entanto, encanta-me a vida
ela mesma, nua e crua, feia e bela
viver é meu lema, em minha busca
há lugar para todos, acredite
Por trás da mordaça
se descobre o sorriso impedido
no segundo de um olhar
se descobre o sentimento perdido.
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 1980, revisitado em 2000, descrevendo a chegada para um plantão em Nova Friburgo, RJ.
Arte de Slava Fokk