“ A dor que, às vezes vem, me faz feliz também, pois nela me recordo o valor que tem a cruz, quando a noite esconde a luz, Deus acende as estrelas. ” (Pe. Fábio de Melo)
O Cristo que vi,
Percorrendo,
Os lugares sagrados,
Por onde nasceu,
Em Belém
O Cristo que vi,
Visitando,
A gruta da sagrada família
Na fuga da ira de Herodes
No velho Cairo, Egito.
O Cristo que vi,
Ainda criança,
De sandálias franciscanas,
Caminhando com Maria,
Na Galileia.
O Cristo que vi,
Transformando,
Água em doce vinho,
Nas festas das bodas,
No milagre de Caná.
O Cristo que vi,
Aprendendo,
O nobre ofício de carpinteiro
Com o mestre e pai José,
No velho casebre em Nazaré
O Cristo que vi,
Pregando,
A Torah na velha Sinagoga,
Com os olhos brilhantes,
Na frente dos sumos-sacerdotes
O Cristo que vi,
Pescando,
Com Pedro e apóstolos
No mar da Galileia,
Em Cafarnaum.
O Cristo que vi,
Dando,
A luz ao cego
De volta trazendo
A vida a Lázaro.
O Cristo que vi,
Perdoando,
A Maria Madalena,
Visitando Mateus
O cobrador de impostos.
O Cristo que vi,
Meditando,
Pregando em metáforas,
Ceando com os apóstolos,
No Monte das Oliveiras.
O Cristo que vi,
Preso,
Julgado pelos romanos,
Condenado pelos fariseus,
Sob Pôncio Pilatos
O Cristo
Crucifixado,
Na Via Dolorosa, a cada estação
Levava a pesada cruz da redenção,
Na velha Jerusalém
O Cristo que vi,
Ressuscitado,
Pleno, radiante de luz,
Fonte de amor e paz,
E de perdão dos pecados.
O Cristo que vi,
Sentado,
À direita de Deus Pai,
Ao lado do Espírito Santo,
Guardião de nossas vidas.
O Cristo que vi,
Divindade e humano,
Batizado por João Batista,
É a maior prova de amor
De Deus-Pai pela humanidade.
AjAraujo, o poeta humanista, poema escrito na semana santa de 2013, após uma grande experiência mística de uma peregrinação do poeta à terra santa.
Pintura: A última ceia, obra em naif da artista plástica brasileira Andreza Katsani.