Terra de Vera Cruz, Casa Grande e Senzala,
sofredores.
Eldorado de corsários, corruptores, golpistas,
colonizadores.
Rochas, pedras preciosas, ouro, petróleo,
exploradores.
Riqueza, terra, cobiça, bacamartes a falzi,
matadores
Analfabetismo e pobreza, fome e exclusão,
alimentam o poder dos exterminadores.
Brotos, frutos mil, raízes e plantas
medicinais, mas de males, sofredores.
Restingas, serras, florestas, afluentes e
rios, praias, mas têm os depredadores.
Alimentos, cereais e legumes diversos,
mas vêm os atravessadores.
Sertão, caatinga, fura poço e irrigação,
mas até a seca têm os seus especuladores.
Indústrias, automação e robótica, demissão
e o desemprego tem seus fomentadores.
Luz, água, gás, pré-sal, educação, saúde
e previdência na raia dos privatizadores.
Inventores, artistas, trovadores,
pesquisadores, já não tem financiadores.
Sem terra, sem teto, sem saúde, sem emprego,
e solapam teu voto os usurpadores.
Teremos
Algum dia,
O nosso outubro…
AjAraujo, o poeta humanista retrata acróstico retrata o sentimento de revolta pela situação em que se encontra nossa Terra Brasil, escrito em 22/4/96 (mas ainda bastante atual).
Arte por Tarsila do Amaral ~ Operários, óleo sobre tela, 1933.